( HORTA, Anderson Braga)
O mar é um grande pulso que lateja.
O planalto é um mar de vagas
imobilizadas na diástole,
e o pulso anula-se na tensão áspera da pele.
Gritos mineralizados. O tempo
lapida os cristais febdudis di silêncio.
E das fissuras mana (imperceptível)
uma saudade marinha.
Esmagado espanto vegetal. Pássaros
nadam entre as algas. Seres
estranhos
deslizam no fundo. Restos.
O homem, navegador crispado,
vem sulcar estas águas
coaguladas. Decifra na face
do planalto (memória
de mar petrificada)a
seu arcano, e semeia-lhe
arquipélagos.
Sobre as vagas imóveis
um vivo mar agita-se.
*Poema extraído do jornal o miraculoso abril/2010